A sociedade secreta mão negra

mão negra
Os dias que antecederam a Grande Guerra foram muito conturbados, notava-se instabilidade por toda parte, devido as regiões anexadas a outros países, questões mal resolvidas, etc.
A vitória da Alemanha (de Bismark) contra a França (de Napoleão III), criou um clima de revanche que, somado a indústria bélica e ao imperialismo econômico, levaria ao início de uma das maiores guerras da história. Só faltava alguém para acender o estopim – Em regiões tão instáveis, isso não seria difícil de acontecer.

Com medo da revanche francesa, a Alemanha se aliou à Itália e ao Império Áustro-Húngaro, formando a Tríplice Aliança. Em 1907, era formada a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia).
O Império Áustro-Húngaro anexou duas regiões das Balcãs, Bósnia e Herzegovina. Como nessa região havia muitos sérvios, isso desagradou a Sérvia, outro estado das Balcãs que desejava a união da região(Iugoslávia), com o apoio Russo.
Na região da Sérvia, havia uma organização secreta chamada Ujedinjenje Ili Smrt (Unificação ou Morte) – Qualquer semelhança com “Independência ou Morte”, não é mera coinciência, é conspiração mesmo.
Essa organização secreta, também conhecida como “Mão Negra”, foi fundada por ex-membros de uma outra sociedade chamada Narodna Odbrana (Defesa do Povo). Realizavam pan-eslavismo e nacionalismo através de assassinatos.
O objetivo do “Mão Negra” era unir as regiões com populações eslavas, sob o domínio do Império Áustro-Húngaro.
A “Mão Negra” foi responsável por planejar e executar a morte do arquiduque Francisco Ferdinando, príncipe-herdeiro do Império Áustro-Húngaro. Apesar dos assassinos serem amadores, é importante observar como funcionam as estratégias de uma organização secreta conspiratória.
Os jovens nacionalistas que prepararam o ataque ao príncipe-herdeiro, eram membros de um grupo chamado Jovem Bósnia. Segundo alguns historiadores, eles (jovens bósnios) teriam assassinado, também, Alexandre I da Sérvia.
O assassinato do príncipe-herdeiro deu origem à Grande Guerra, quando o Império Áustro-Húngaro (Tríplice Aliança) declarou guerra à Sérvia, apoiada pela Rússia (Tríplice Entente), dando uma pequena mostra da teoria de “Efeito Borboleta/Teoria do Caos”, onde a queda de uma simples folha seca poderia dar início à transformações no mundo inteiro.


Compras_Geral_468x60.gif

O ataque começou a ser planejado pelo coronel Dragutin Dimitrijevic, da Sérvia. Ele ficou sabendo da desastrada visita que o arquiduque faria, justamente num feriado nacional, em Junho de 1.914.
Acontece que os “Jovens Sérvios” também ficaram sabendo, eles também começaram a planejar um atentado.
A Mão Negra foi patrocinado com verba estatal – Qualquer lembrança do Golpe de 64 será bem-vinda.
Três dias antes da chegada do príncipe, três integrandes do “Jovem Bósnia” atravessaram a fronteira da Sérvia, com a ajuda do Coronel (Mâo Negra), responsável pela segurança da Sérvia.
Curiosidade: O autor do disparo que matou o arquiduque, chamava-se Princip. Os três jovens estudantes chamavam-se: Gavrilov Princip, Nedjelko Cabrinovic e Trifko Grabez.
Os três jovens estudantes encontraram mais quatro, todos amadores e portadores de tuberculose – Não há dúvida que o coronel sabia o que fazia.
O Coronel (Mâo Negra) forneceu 4 pistolas, 6 bombas e veneno (cianeto). Caso algo desse errado, tomariam o veneno, antes de serem capturados.
Deu tudo errado no dia da chegada do príncipe:
O arquiduque e sua esposa chegaram de trem e seguiram em carro aberto, capota baixa, alvo perfeito.
Apenas Cabrinovic lançou a bomba, tomou cianeto e jogou-se no rio. O veneno estava vencido, o rio era raso demais, até a bomba acertou o carro errado da comitiva.
Depois de desabafar com o Prefeito, a comitiva preparava-se para deixar o local, evitando outros atentados e dirigindo-se ao hospital onde estavam os feridos. O carro foi levado direto ao encontro de Princip, o assassino, levantando a suspeita de que fora tudo uma armadilha.
Receita para uma boa conspiração política, com direito à atentado:
Uma boa organização secreta; voluntários amadores, inteligentes, psicopatas sem um objetivo específico de vida, com uma doença sem cura; princípios fundamentalistas.